[CONCERTO] The Amalgamation of Soundz
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segunda-feira, dezembro 05, 2005
[disco] Fields of the Nephilim "Mourning Sun"
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Depois de tantos anos, os Fields of the Nephilim (FotN) estão de volta, e as almas negras regozijam. E eu, confesso, estremeci quando soube que este CD aí vinha.
Não sou um fã, nem nada que se pareça, mas sei reconhecer os FotN como uma das bandas de culto com maior peso na cena do Rock Gótico (se não os próprios iniciadores do género). E o entusiasmo tem sido tal que me deixei arrastar. E, sem dúvida, percebe-se bem de onde surge a euforia.
Mas a verdade é que os vultos, que na década passada passaram uma boa parte da sua juventude em clubes góticos do bairro alto (e outros sítios), têm os FotN como forte referência. E que belo presente receberam, com a chegada deste "Mourning Sun".
Na minha perspectiva saiu bem melhor que aquilo que estava à espera. Este disco soa tipicamente a FotN clássico - não tenho dúvidas - e por mais céptico que um fã seja, não acabará desiludido. Quanto mais não seja porque a fasquia estava muito alta, e seria impossível fazer melhor depois destes anos.
O início dramático e assombroso de "Shroud (Exordium)" é, desde logo, convincente e, para mim, um dos pontos altos do disco. Seguem-se registos mais fortes e passo por cima de "Straight To The Light" (peço desculpa, mas não gosto mesmo nada da maneira como ele diz "look straight into the light") e apresso um pouco "New Gold Dawn". No modo repeat deixo ficar as excelentes "Requiem XIII-33" (linda e muito perto daquilo que mais gosto em FotN) e "Xiberia" (rápida e... tão bem conseguida). "She" e "Mourning Sun" reforçam e confirmam a sonoridade sombriamente épica da banda.
Está tudo lá e tenho a certeza que isso foi bem estudado. Os samples, a voz rasgada do mítico Carl McCoy, o negrume, o frio, o misticismo (e já nem me vou atrever a abordar a vertente extramusical do oculto, misterioso e apocalíptico em que o líder se inspira).
Até me parece ser um bom álbum para alguém que não conheça se atrever a pisar estes terrenos. Concordo com o que li algures onde um crítico imagina uma alma solícita de 16 anos a entrar em contacto com este mundo negro de McCoy e ter a certeza que... é aqui que muito começa.