[DISCO] VA - Box Of Dub: Dubstep and Future Dub
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A Soul Jazz Records é conhecida pelo seu exaustivo trabalho de investigação sonora ao nível da arqueologia que, não raras vezes, explica o presente com os sons do passado. Durante mais de uma década a editora inglesa sedeada em Londres lançou inúmeros singles e compilações que ficam para a história como as séries “Studio One” ou “New York Noise” onde explora as raízes do reggae e o underground nova-iorquino dos anos 80, respectivamente.
Ora, neste “Box of Dub”, a equipa foi escolhida de uma forma eclética não contendo apenas os "pontas-de-lança" Kode9, Burial, Digital Mysticz e Skream como outros jogadores que não sendo reconhecidos pelo público mostram, já, algumas novas leituras do fenómeno. No entanto, apesar de estarmos perante uma compilação, a variedade não é muita: Skream, Digital Mysticz, Scuba e Sub Version feat. Paul St. Hilaire repetem faixas das 12 músicas disponíveis nos quase 62 minutos de disco deixando obra única para Burial, King Midas Sound e Tayo meets Acid Rockers. Ou seja, dá-se uma no cravo e outra na ferradura com nomes consagrados ao lado de "novos valores".
É claro que numa compilação há valores mais altos que se levantam; A nova faixa de Burial que antecedeu o lançamento do EP "Ghost Hardware" previa escuta imediata: "Unite" apresenta um som personalizado que nos faz lembrar "Burial" com uma soul melancólica entrecortada com sons metálicos sufocados. "Magnetic City" de Kode9, com uma electricidade escura e suja contrasta com "I Wait" (faixa inaugural) que se rege pelo signo do dub. O veterano "Skream" apresenta nesta compilação "Sub Island" e "Irie". Se a primeira é mais cutting edge e directa ao assunto em questão (a pista de dança) com um sub-grave que sustenta o tema, já "Irie" apresenta um hook sintetizado. "The Light" de Sub Version Feat. Paul St. Hilaire bebe, sem pensar no amanhã, no dub e na Jamaica dos MCs com rastas: Aqui o termo "Future dub" aplica-se sem excepções ao contrário de "Rise Up", também de Sub Version Feat. Paul St. Hilaire que está arranjado numa forma mais estruturada no dubstep tal como o conhecemos.
Este disco é um projecto único onde figura algum do som que ouviremos nos próximos anos. As festas vão testemunhar outros ritmos e a Soul Jazz quer ser pioneira sendo cronista destes novos tempos.
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[INFO] Kompoz: Rede social de músicos
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quarta-feira, agosto 22, 2007
[INFO] "Cameraman Metálico diz adeus à carreira"
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O Cameraman Metálico, longe de mito urbano, é uma personagem incontornável no meio musical português; Quase um missionário, António Melão (o nome real), ouviu em 1972 "um solo de guitarra eléctrica que o fascinou, o hino norte americano por Jimi Hendrix no festival Woodstock". Desde aí e a par da fotografia exerceu actividades como a cobrador da EDP e operário de explosivos antes da profissionalização.
Agora, e com a sensação de deja vú, leio, via Amplificasom que o "Cameraman Metálico diz adeus à carreira". Uma triste notícia para o panorama do fotojornalismo musical português:
«Desta é que é... vinte anos de carreira e kaput - finish! Tenho uma divida de 8.000 euros ao IVA (calha-me tudo graças a Deus)... pode ser que no fim venha o euromilhões... Bem mas é assim, resolvo um problema e vem logo outro, não consigo viver descansado... a avença do Diario do Alentejo é uma benção mas é curta para pagar as contas (250 euros), vai dáí pensei e vou acabar a carreira! A familia anda a sofrer com as minhas maluquices de querer ser jornalista à força e só me falta pagar para trabalhar! Se souberem de alguem que queira empregar um tipo com 52 anos (ainda tenho força para 8 horas (ou mais) diárias) num qualquer metier... motorista, balcão, acompanhante, secretario, escritório, diga-me sff... basta-me um salario de 500 euros... Vou vender o espolio para pagar a divida (não tenho cara para pedir mais nada, seja a quem for)... e já tou a ver a cara de alguns ao ver este mail... mas a vida é assim mesmo! Tenho uma porrada de negativos, diapositivos e imagens digitais (20 anos de carreira), as máquinas, analógicas e digitais (só vou ficar com uma), tenho uma t-shirt do Hard Rock Cafe (Nashville) autografada pelo BB King... fotos emolduradas, CD promocionais (muitos mil), DVD, K7, magazines, etc trabalhei com bandas desde os Xutos & Pontapés aos Mão Morta, UHF, Tarantula, Delfins, Quinta do Bill, Moonspell, e essas bandas terão a preferencia se quiserem ficar com os seus negativos... até farei um preço simbólico! Peçam a lista sff para este mail... Muito obrigado a todos que foram meus amigos ao longo deste tempo... a carreira acabou! bem hajam - CM
PS Há ainda uma luzinha ao fundo do tunel de em Setembro entrar para o Destak... mas com tanto azar...»
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terça-feira, agosto 21, 2007
[OPINIÃO] "O Pop e as alternativas"
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No Melofobia escreve-se sobre música e não tanto sobre discos, artistas, correntes e géneros. É raro porque se escreve bem e porque sai de dentro de pessoas e não tanto de revistas, opinion makers e sites de música.
Este texto, "O Pop e as alternativas", escrito pela Rita, navega na motivação de ouvir pop, na afirmação que ouvir tudo é melhor do que estarmos centrados num hype obscuro e que esse prazer pode ser culpabilizador. Expurgue-se esse sentimento!
«Ao ouvir o meu mais recente guilty pleasure, o álbum Alright, Still de Lily Allen, tentei fazer uma imagem do que é o panorama musical de hoje em dia e a coisa mais aproximada que me ocorreu foi uma espécie de centro comercial gigante, com um andar central e generalista donde partimos em sentido ascendente ou descendente para andares bem mais fechados e exclusivos. Com o decorrer do tempo o andar central, não contente com a sua popularidade, foi buscar pequenas coisas aos outros andares o que lhe trouxe além da fama, respeito. Os outros andares não se importaram com isto, não perderiam a sua individualidade por isso. E o andar central foi ganhando cada vez mais gente e poder. De repente os outros começaram a necessitar dos produtos do central e entre este e muitos dos outros partiram-se paredes e tiraram-se escadas, levando a que aparecessem corredores e mais corredores cheios de materiais reciclados de ambos os lados. Os recicladores-mor tinham assim mais facilidade em circular entre os vários espaços e de certo modo houve uma perda de vergonha geral em pedir-lhes ajuda. Quem ficou confuso com tudo isto foi o público, não familiarizado com tamanha amálgama de tendências. Mas rapidamente se habituou e vendo bem até ficou a ganhar.
O que eu quero dizer com esta analogia enorme, e parcialmente confusa, é que o conceito de Pop deixou de ser aquela herança dos sintetizadores dos oitenta, para se tornar algo tão organizado como uma tropa napoleónica com a diferença de conseguir prever qualquer fenómeno meteorológico. Ou se for preciso fazê-lo acontecer.
Há dez anos o pop passava por meia dúzia de intérpretes ou bandas indecisas entre assumi-lo ou fazer rock. Tinha que ser, como ainda o é, dançável, mneumónico (passe a palavra) e bem apessoado. Mas a grande diferença é que as estrelas já não são meras construções das editoras. Sabem como se mover e sobretudo quem escolher para lhes produzir os álbuns ou co-escrever músicas. A própria Madonna não escrevia uma canção nos anos 80. Agora passa-lhe tudo pelas mãos. E falando nela, vou buscar a sua maior discípula, na cor de cabelo e sobretudo em inteligência, Gwen Stefani, que usa e abusa dos melhores produtores (os tais recicladores) e cria sucessos como quem cultiva batatas. Sabem as duas, como o sabem Justin Timberlake ou numa outra dimensão Kanye West , por exemplo, que o que o Pop quer são boas canções. Os tais singles, que apesar de perderem importância com o avanço da pirataria, fazem com que eles, artistas, existam nos meios de comunicação e sobretudo nas pistas de dança.
Esses mesmos produtores e muitos dos músicos envoltos nesta máquina enorme são o combustível que a fazem funcionar, mesmo longe de todo o dinheiro e da fama gerada. Veja-se o caso de bandas como os LCD Soundsystem, Gnarls Barkley. N.E.R.D. ou os Gorillaz, tudo fonte ou crianças dos verdadeiros lançadores de tendências. E tudo isto porque lhes foi permitido moverem-se de andar em andar sem qualquer problema.
Agora que chego à verdadeira razão do post, volto a falar de Lily Allen e também das Pipettes ou da Amy Winehouse (por acaso todas do mesmo país que os Beatles), "meninas" recheadas de referências pop, e dos seus primórdios (com excepção clara para algumas das letras), mas que fazem parte sem complexos da playlist de qualquer rádio alternativa um pouco por todo o mundo ou tocam em festivais independentes como o SXSW. Pode ser. Quero a minha sopa com todos, mas só com o melhor de cada um.»
sexta-feira, agosto 17, 2007
[INFO] Buddy Rich e Animal dos Marretas: Uma "drum battle" improvável
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Buddy Rich foi um dos maiores bateristas de sempre. Dedicado ao jazz e dono de um virtuosismo ímpar, começou bem cedo a experimentar as percussões (aos 18 meses!) e aos 11 anos já era líder de uma banda. Sempre reclamou que a educação musical estragava o talento natural e que apenas tocava nos espectáculos, não praticando fora dos eventos.
Um dos pontos altos da sua carreira era o medley de "West Side Story" de Leonard Bernstein que executava na sua big band. Para conseguir a perfeição na execução foi necessário mais de um mês de ensaios. Em 1982 Buddy Rich toca parte do original (que dura até 15 minutos) no Festival de Jazz de Montréal:
No entanto, a aparição televisia que lhe granjeou mais telespectadores foi o convite para fazer uma drum battle com o Animal dos Marretas do "The Muppet Show" onde Buddy observa o desespero em crescendo de Animal!
quinta-feira, agosto 16, 2007
[INFO] Sintetizadores de papel
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Via Hit da Breakz conheço esta página no Flickr onde o autor coloca fotografias das miniaturas de sintetizadores vintage em papel, ou seja, origami pouco tradicional e mais trabalhado com imensos detalhes e algum requinte. Para obterem estas pequenas obras de arte têm que contactar o autor.
Amor absoluto para o Hexatron e para a Modular Marimba!
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» Página do Flickr
segunda-feira, agosto 06, 2007
[INFO] Novo disco dos Einstürzende Neubauten
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quarta-feira, agosto 01, 2007
[info] London After Midnight: novo álbum e visita a Portugal
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No entanto, sempre parece que é desta! "Violent Acts of Beauty" vai mesmo sair e, para celebrar o facto, os LAM iniciarão uma tour (ao lado de, entre outras, bandas como Kirlian Camera). E, guess what(!), a visita a Portugal está já marcada para dia 10 de Novembro, no Cine-Teatro Corroios. É uma surpresa que representa um sonho para uns... e um pesadelo para outros (uns no bom, e outros no mau sentido). Mas garantida é a promessa de uma romaria de seres vestidos de preto e - inesquecivelmente - alguns pólos amarelos arremessados ao som da mítica, e minha particular favorita, "Kiss" (desculpem a private joke).