terça-feira, agosto 21, 2007

[OPINIÃO] "O Pop e as alternativas"

No Melofobia escreve-se sobre música e não tanto sobre discos, artistas, correntes e géneros. É raro porque se escreve bem e porque sai de dentro de pessoas e não tanto de revistas, opinion makers e sites de música.

Este texto, "O Pop e as alternativas", escrito pela Rita, navega na motivação de ouvir pop, na afirmação que ouvir tudo é melhor do que estarmos centrados num hype obscuro e que esse prazer pode ser culpabilizador. Expurgue-se esse sentimento!

«Ao ouvir o meu mais recente guilty pleasure, o álbum Alright, Still de Lily Allen, tentei fazer uma imagem do que é o panorama musical de hoje em dia e a coisa mais aproximada que me ocorreu foi uma espécie de centro comercial gigante, com um andar central e generalista donde partimos em sentido ascendente ou descendente para andares bem mais fechados e exclusivos. Com o decorrer do tempo o andar central, não contente com a sua popularidade, foi buscar pequenas coisas aos outros andares o que lhe trouxe além da fama, respeito. Os outros andares não se importaram com isto, não perderiam a sua individualidade por isso. E o andar central foi ganhando cada vez mais gente e poder. De repente os outros começaram a necessitar dos produtos do central e entre este e muitos dos outros partiram-se paredes e tiraram-se escadas, levando a que aparecessem corredores e mais corredores cheios de materiais reciclados de ambos os lados. Os recicladores-mor tinham assim mais facilidade em circular entre os vários espaços e de certo modo houve uma perda de vergonha geral em pedir-lhes ajuda. Quem ficou confuso com tudo isto foi o público, não familiarizado com tamanha amálgama de tendências. Mas rapidamente se habituou e vendo bem até ficou a ganhar.

O que eu quero dizer com esta analogia enorme, e parcialmente confusa, é que o conceito de Pop deixou de ser aquela herança dos sintetizadores dos oitenta, para se tornar algo tão organizado como uma tropa napoleónica com a diferença de conseguir prever qualquer fenómeno meteorológico. Ou se for preciso fazê-lo acontecer.

Há dez anos o pop passava por meia dúzia de intérpretes ou bandas indecisas entre assumi-lo ou fazer rock. Tinha que ser, como ainda o é, dançável, mneumónico (passe a palavra) e bem apessoado. Mas a grande diferença é que as estrelas já não são meras construções das editoras. Sabem como se mover e sobretudo quem escolher para lhes produzir os álbuns ou co-escrever músicas. A própria Madonna não escrevia uma canção nos anos 80. Agora passa-lhe tudo pelas mãos. E falando nela, vou buscar a sua maior discípula, na cor de cabelo e sobretudo em inteligência, Gwen Stefani, que usa e abusa dos melhores produtores (os tais recicladores) e cria sucessos como quem cultiva batatas. Sabem as duas, como o sabem Justin Timberlake ou numa outra dimensão Kanye West , por exemplo, que o que o Pop quer são boas canções. Os tais singles, que apesar de perderem importância com o avanço da pirataria, fazem com que eles, artistas, existam nos meios de comunicação e sobretudo nas pistas de dança.

Esses mesmos produtores e muitos dos músicos envoltos nesta máquina enorme são o combustível que a fazem funcionar, mesmo longe de todo o dinheiro e da fama gerada. Veja-se o caso de bandas como os LCD Soundsystem, Gnarls Barkley. N.E.R.D. ou os Gorillaz, tudo fonte ou crianças dos verdadeiros lançadores de tendências. E tudo isto porque lhes foi permitido moverem-se de andar em andar sem qualquer problema.

Agora que chego à verdadeira razão do post, volto a falar de Lily Allen e também das Pipettes ou da Amy Winehouse (por acaso todas do mesmo país que os Beatles), "meninas" recheadas de referências pop, e dos seus primórdios (com excepção clara para algumas das letras), mas que fazem parte sem complexos da playlist de qualquer rádio alternativa um pouco por todo o mundo ou tocam em festivais independentes como o SXSW. Pode ser. Quero a minha sopa com todos, mas só com o melhor de cada um.»

 

 

 

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