[INFO: media] Micro Audio Waves nomeados para os Qwartz Music Awards
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Fotografia: Hugo Amaral
"Os Micro Audio Waves foram nomeados para os Qwartz Music Awards (patrocinados pelo jornal Le Monde) nas categorias de "Melhor Álbum" (No waves), "Melhor Tema" (Serge au Sushi) e "Melhor Videoclip" (Fully Connected - realizado por Marco Madruga e Daniela Krtsch). O projecto português é o único com 3 nomeações!
Os Qwartz Music Awards premeiam os melhores trabalhos da música electrónica independente a nível mundial. No total foram propostos a concurso cerca de 3000 trabalhos de todo o mundo. Entre os nomeados estão nomes como Lali Puna, Funkstorung, Vitalic ou High Tone.
A atribuição dos prémios resulta da votação on-line dos projectos nomeados em www.qwartz.org. A banda pede, por isso, uma participação em massa para que o trabalho dos Micro Audio Waves receba o maior número de votos possível. A entrega dos prémios decorre no dia 24 de Março de 2006, no Cirque d"Hivers em Paris, onde os Micro Audio Waves vão estar presentes."
Fonte: Divergências
segunda-feira, outubro 24, 2005
[DISCO: crítica] Ladytron “Witching Hour”
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Para os Ladytron, o epíteto “electroclash” morreu. Estranho para nós, mas verdade. Para quem ergue uma obra fantástica como “604” com temas destinados ao engrandecimento do sucesso do fenómeno “electro” como “CSKA Sofia”, “Discotraxx” entre outros, a inclusão de guitarras parece estranha, a menos que se filtrem, comutem e se alterem. Os Ladytron, com o seu último trabalho “Witching Hour” revitalizam o rock (“High Rise”, faixa inaugural é disso o exemplo perfeito), mas não o adoptam.
Após a audição do primeiro tema, todo ele Santa Trindade do Rock (guitarra, bateria e baixo), surge "Destroy Everything You Touch", que nos faz relembrar os velhos Ladytron de “604”. As guitarras não desaparecem, mas a sonoridade dos anos oitenta cruzada com a electrónica actual, afinal o electro-house que conhecemos, cativa-nos e não só pelo jogo de palavras que os Ladytron usam em “604”, recorrendo às memórias colectivas de todos nós (objectos, televisão, etc.). "Destroy Everything You Touch" não despreza as guitarras, antes as comuta em efeitos sónicos e algo sujos debaixo de uma componente rítmica simples e muito dançável. Depois destas duas faixas “uptempo” os Ladytron deixam-nos com “International dateline”, não tão dançável, mas candidata a música para encerrar uma pista, com rodopios alcoólicos ou devaneios desesperados de amor próprios de sonoridades neo-góticas: "Woke up in the evening/ To the sound of the screaming/ Through the walls that were bleeding/ All over me". Lentos, mas apenas q.b., os Ladytron mostram, em “Beauty”, uma vulnerabilidade fora do comum nos seus trabalhos o que demonstra uma maturidade merecida e alcançada neste “Witching Hour”; Exemplo disso é, também, a faixa de encerramento, “All the way”. Outros momentos altos incontornáveis neste disco são a sexta faixa, “Soft Power”, conjugação "electro-pop" vocalizada onde as vozes, ainda que “electrizadas”, permanecem com um sabor natural, muito femininas e melancólicas e ainda um outro tema interessante, “Weekend”, que cruza a estética rock com os sintetizadores planantes.
“Witching Hour” liberta os Ladytron do jugo do "electroclash", epíteto que os críticos e o público em geral não hesitaram em usar para classificar o trabalho da banda após “604”. Não tão imediato como o último disco, “Witching Hour” vai-se entranhando e mostrando algumas faixas de enorme qualidade.
[Ladytron “Witching Hour”, 2005, Island - CID 8163]
+info:
» site oficial
» audição de todas as faixas
domingo, outubro 23, 2005
[INFO] Imprensa
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O jornalista Luís Guerra leva-nos numa interessante viagem pelas baixas desta guerra como o Musicnet ou o Radiopirata, bem como pelos sobreviventes Cotonete (formado posteriormente e com a “bênção” da Media Capital) e Disco Digital. O “boom” da Internet portuguesa associada a uma certa ingenuidade dos patrocinadores terão sido as principais razões do aparecimento de alguns sites mais ou menos profissionais de música.
terça-feira, outubro 11, 2005
[música] "Parabéns a você"
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Faz hoje 1 ano que "arrancou" o otites. Arranque esse que contou com a apresentação dos participantes sob a forma dos Discos mais marcantes de cada um. Vale a pena relembrar as escolhas do Work Buy Consume Die, Rudi, Serebelo, Escrito, Kid Cavaquinho e CrazyMaryGold.
Contamos, quem sabe, apresentar uma novidade que sublinhe o ultrapassar desta data.
Obrigado a todos os que nos acompanham (multidão imensurável).
[INFO: net]
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A e-zine Rua de Baixo faz dois anos. Nascendo "perante a constatação de que os media já pouco ou nada nos trazem de novo" e "rendidos à mercantilização da informação", esta e-zine, de aspecto gráfico irreprensível, vem-nos trazendo notícias sobre alguns eventos paralelos à realidade sonora portuguesa, isto é, tem "tentado abordar a cultura de uma forma diferente, aliando o grafismo à informação, totalmente independente, mais simples e directa, sugerindo eventos, peças de teatro, filmes, exposições, marcas e projectos musicais." A Rua de Baixo pede opiniões para o mail rdb@ruadebaixo.com.
segunda-feira, outubro 10, 2005
[DISCO:crítica] Mylo "Destroy Rock n' Roll"
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“Destroy Rock n´Roll” não é um disco novo, aliás data do ano passado, mas continua fresco. O espectáculo oferecido por Mylo (Miles McIness) no Festival Sudoeste é o mote para esta crítica merecida a um disco que foi, unanimemente considerado um dos melhores de 2004, incluindo no NME, Q e pela Mixmag, entre outras publicações. O Otites não fica atrás e faz a sua apreciação.
A colagem imediata da sonoridade Mylo aos Royksopp (Miles considera "Melody AM", um “disco perfeito”) ou aos Basement Jaxx não é descabida, aliás, uma das suas influências assumidas são a banda escandinava, não só pelas aproximações electrónicas mais pop, como pelo som macio cruzado com a dança. Pouco destas ligações podem ser observadas nos singles mais conhecidos do público “Drop the pressure” e “In my arms”, mais ligados a uma cultura de música de dança com laivos de sonoridades dos anos 80, vulgo “electroclash”.
Munido apenas de um Apple G4 e com a ajuda de software como o Pro Tools Free e o Absynth (ambos gratuitos), Miles McIness, faz-se deslocar num universo de pop dançável (“Musclecar Reform Reprise”, “Drop the pressure”, “Rikki” e “In my arms”) com algumas incursões pelo downtempo (“Need You Tonite” e “Emotion 98.6”) sempre com uma base muito melódica e pouco complicada, embora os filtros condimentem muito as faixas durante os quase 70 minutos do albúm.
Como disse, “Destroy Rock n´Roll” é um disco fresco, não só pela harmonia que apresenta durante a extensão de todo o disco como pelas propostas que, não sendo completamente originais, são bem interpretadas fugindo ao deja-vu que o meio da música electrónica tanto tenta evitar. Exemplo disso é a oitava faixa, “Guilty of Love” com um sample de Prince e a faixa homónima do disco que, com um longo discurso sobre os malefícios do rock n’ roll usa pedaços sonoros de guitarras e piano sobre uma componente rítmica crescente. Ainda “Rikki” com um baixo muito “funk” e sintetizador sobre arte de corta e cola de umas palavras indecifráveis é feito com o mesmo molde. “Ottos Journey” também “padece” do bom gosto de Miles McIness para as linhas de baixo, com um baixo muito fluido sobre piano e sintetizador.
“Destroy Rock n´Roll” é, foi e será, um excelente disco de música electrónica e de dança. Nas pistas já se viu o seu efeito (mesmo quando ainda tinha sido lançado como “white label”) e na rádio e televisão também. Só falta na discografia de qualquer um.
[MYLO - Destroy Rock & Roll, Breastfed BF 0007CD, 2005]