[INFO] O concerto cancelado dos Tokio Hotel
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Uma das notícias deste fim-de-semana foi o cancelamento do concerto dos Tokio Hotel que deixou em desespero milhares de fans da banda. Devido a uma laringite do vocalista da banda, esta não pode actuar.
Ora bem, nem seria motivo de interesse pese o facto de parte dos 17.000 admiradores entrarem em colapso com esta notícia. A discussão na página do Blitz com a notícia é exemplificativa da conversa entre fans e outros que gozam o prato de ver meninas a chorar baba e ranho pela sua banda favorita (desde quando vemos isto?). No vídeo da SIC as vozes clamam bem alto por justiça, sendo os pais os que mais frustrados devem ter ficado: Levar o(a) seu rebento a ver uma banda desta categoria e o(a) petiz vir sem estória para contar na C+S deve ser amargo...
Mais que as imagens fica a tristeza que todos já sofremos. Enfim, mais que as imagens, as palavras (da Sílvia):
"NINGUÉM, que não tenha lá estado, faz ideia do que se pôde ver hoje à tarde no Parque das Nações.
Eu NUNCA VI NADA ASSIM!
Não sou FÃ da banda, mas num impulso decidi comprar o bilhete e ir ao concerto.
Louca, cheguei apenas com duas horas de antecedência. Já o Parque das Nações estava apinhado de gente. As varandas no topo do centro comercial Vasco da Gama reuniam um sem número de pessoas que pararam para assistir ao fenómeno. As dezenas de filas para entrar no Pavilhão pareciam não ter fim.
Para um público que se evidenciava maioritariamente feminino, a quantidade de rapazes era SURPREENDENTE!
Muitos acompanhavam as namoradas, outros compareciam por vontade própria.
Grupos de amigas trajadas a rigor para a ocasião, outras nem por isso, e muitos pais com filhos tão entusiasmos quanto eles.
A ansiedade era grande, o cansaço da espera ainda maior. Finalmente entramos. Um pavilhão preparado para receber 17 mil pessoas, já se encontrava quase sufocante. O palco parecia perder-se naquela imensidão de gente. A música que tocava aumentava a adrenalina e sempre que se calava, uma enchente de gritos ressoava por todo o Pavilhão: “Tokio Hotel! Tokio Hotel!”
“Bills” e “Toms” espreitavam de todos os lados, nos posters espalhados pelo recinto, milhares de cartolinas com mensagens escritas em alemão se erguiam bem no alto .
Muito entusiasmo, MUITOS DESMAIOS!
Por volta das 20h, sobe ao palco um representante da EiN e comunica, com alguma dificuldade, aquilo que eu já suspeitava: “O Bill está muito doente e por isso o concerto foi cancelado. A boa notícia é que o concerto será adiado para dia 29 de Junho.”
Momentos depois sobem ao palco os outros três elementos da banda e Tom Kaulitz (em alemão para toda a gente perceber!! ) esclarece o sucedido e pede desculpas.
Os instantes seguintes deram lugar a um cenário, não muito longe de uma pós guerra.
Os DESMAIOS AUMENTARAM, e O CHORO ERA MAIS QUE MUITO. Murros contra as paredes, gritos de revolta, corpos jogados no chão, dobrados sobre si mesmos, sem forças para se levantarem. Abraços de conforto, rostos em choque.
Permaneci de pé, estática, de olhar incrédulo perante tal cenário desolador.
Não consegui conter as gargalhadas perante algumas situações. Diante doutras senti pena. Não fui capaz de fotografar ninguém. Era demasiado triste. No fundo eu era capaz de perceber o que elas estavam a sentir.
Meses e meses de espera, a aguardar pelo dia do tão desejado concerto, meetings realizados, presentes para oferecer, iniciativas para concretizar e tornar o concerto inesquecível, viagens de tão longe, DE OUTROS PAÍSES, para poder estar ali, perto dos ídolos que mal puderam ver. Sonhos, sonhos e sonhos…
Cá fora, no perímetro que delimitava o recinto, o chão coberto de lixo acumulado das pernoitadas, conferia à paisagem um ar ainda mais agreste. Por entre as caras pesarosas e as maquilhagens borradas, já outras se conformavam e encaravam a situação com mais tranquilidade. Ouviam-se lamentos, “porquês” e trocas de opiniões sobre o sucedido.
Algumas esperavam que os elementos da banda pudessem vir cá fora, para dar autógrafos ou acenar de longe. Mas os minutos foram passando, e depressa perceberam que tudo estava perdido. O frio desencorajador fez grande parte dispersar rumo a casa. Outras, porém, permaneceram quietas, debaixo da noite, a afogar a tristeza."