quarta-feira, outubro 01, 2008

[OPINIÃO] Perdido no labiríntico mundo das netlabels por Daniel Catarino

O Daniel Catarino é um artista português que edita a sua música através do netaudio. O que leva alguém a escolher esse caminho em detrimento da via comercial com editoras, promotores, agentes, etc.?

Este texto que transcrevo do Beats Play Free apresenta algumas ideias do Daniel mostrando as dificuldades inerentes a cada escolha e os proveitos da mesma.

«Num mundo onde as televisões se gabam por ter maior quota de audiências, em que os programas mais vistos são telenovelas, galas de famosos e outros semelhantes no conteúdo, que esperar de um fenómeno como o das netlabels?

Primeiro que tudo, não o posso considerar um “fenómeno”, antes um mote de união de várias pessoas que, por todo o lado, apregoam a mobilidade da música independente, daquela que não tem espaço nos canais vulgares de divulgação. Se fosse um fenómeno, estaríamos – todos os relacionados com o movimento – empregados, a receber o equivalente monetário ao trabalho que desenvolvemos, apesar de toda a gratuitidade do processo.

Provavelmente muitos não concordam com esta minha opinião, mas a verdade é que da composição à gravação, da edição à divulgação, da construção e manutenção de sites ao design de capas, logos, posters, há muito trabalho envolvido, que acaba por ser pouco ou nada recompensado, seja monetariamente ou no número de interessados (que ainda assim cresce exponencialmente). Não sou um estudioso do “fenómeno”, sou mais um “aproveitador”. Muitos como eu fazem música que não me parece superior ou inferior à maioria dos que ganham dinheiro com a sua edição, e das capas aos posters, das críticas aos sites, não consigo vislumbrar grandes diferenças de qualidade. Já existem inclusive álbuns gratuitos com melhor qualidade de som que álbuns que vendem milhares no formato cd (não é o meu caso, obviamente).

Num sistema – alias, num mundo (deixemos estas teorias da conspiração para os filósofos futebolísticos) que fosse justo, o trabalho de todas estas pessoas seria devidamente recompensado. Seja em dinheiro, reconhecimento da sua qualidade ou interesse das pessoas. Porque me parece justo que a música seja gratuita para os consumidores, mas ao mesmo tempo não me parece justo que estes não recompensem aqueles que lhes estão a oferecer um produto de sua livre vontade. E quanto ao interesse, sabemos bem que o entretenimento fácil, aquele que é produzido com mera intenção comercial e nula visão artística, sempre será mais apelativo que qualquer forma de arte que pressuponha um qualquer envolvimento cerebral do consumidor final.

As netlabels podem ser vistas, na minha opinião, como um novo artista que recebe repentinamente algum sucesso com um álbum de estreia e fica na indecisão de que via a tomar: continuar pobre mas a fazer a música que gosta, ou agarrar-se a estereótipos comerciais e musicais que lhe permitam maior visibilidade e encaixe financeiro? Se a primeira opção não lhe fornecer qualquer tipo de recompensa, acabará por morrer à fome, e aí certamente que nem música fará. Por outro lado, a segunda opção leva a um abismo musical ainda maior, triturando lentamente o lado criativo e artístico, escrevendo canções em cartões Multibanco, em vez do piano ou da guitarra.

Sim, a música deve ser gratuita. Mas também deve ser valorizada como música pelo consumidor, e não ser considerada inferior àquela que pela qual paga.

Mas as netlabels deviam ser auto-suficientes, assim como os músicos e todos os outros que já referi. As cordas da guitarra com que alguém que oferece música irá gravar um novo álbum deveriam ser compradas com incentivos dados por aqueles que gostaram do anterior, parece-me. Este universo labiríntico das netlabels e afins é confuso, e vive – por enquanto – apenas da boa vontade de alguns indivíduos que as sustentam do seu bolso. Se se tornar um fenómeno, talvez aí as coisas mudem. Resta lutar para que isso aconteça.»

 

 

 

Informação sobre o blog (para ler aquando da primeira visita a este blog)

 

Email:

 

 

(Instruções: o que é e o que é preciso fazer?)

 

Emissões:

Podcast 1

Podcast 2

Podcast 3

Podcast 4 (emissão especial)

Podcast 5

Podcast 6

Podcast 7

Podcast 8

Podcast 9

Podcast 10

Podcast 11

Podcast 12

Podcast 13

Podcast 14

Podcast 15

Podcast 16

Podcast 17

Podcast 18

Podcast 19

Podcast 20

 

 

outubro 2004

novembro 2004

dezembro 2004

janeiro 2005

fevereiro 2005

março 2005

abril 2005

maio 2005

junho 2005

julho 2005

agosto 2005

setembro 2005

outubro 2005

novembro 2005

dezembro 2005

janeiro 2006

fevereiro 2006

março 2006

abril 2006

maio 2006

junho 2006

julho 2006

agosto 2006

setembro 2006

outubro 2006

novembro 2006

dezembro 2006

janeiro 2007

fevereiro 2007

março 2007

abril 2007

maio 2007

junho 2007

julho 2007

agosto 2007

setembro 2007

outubro 2007

novembro 2007

dezembro 2007

janeiro 2008

fevereiro 2008

março 2008

abril 2008

maio 2008

junho 2008

julho 2008

agosto 2008

setembro 2008

outubro 2008

novembro 2008

dezembro 2008

fevereiro 2009

março 2009

abril 2009

maio 2009

junho 2009

julho 2009

agosto 2009

outubro 2009

novembro 2009

dezembro 2009

janeiro 2010

 

 

[INFO] Last Graph: o Last.FM ao vivo e a cores

 

[NETAUDIO] Compilação do Beats Play Free: Música l...

 

[INFO] Alerta geral! Saldos na Flur

 

[INFO] Richard Wright morre aos 65 vítima de cancro

 

[INFO] Novo disco de Max Tundra

 

[INFO] Beats Play Free em Torres Novas

 

[DISCO] VA - Thoughts About Music

 

[INFO] Grace Jones 20 anos depois

 

[INFO] Beats Play Free

 

[INFO] Mixtape de Octa Push

 

 

 

 

Posts referentes aos discos mais marcantes de cada redactor do "otites":

 

Juiz:

[DISCO(s): marcante(s)] “Três Selecções

 

Work Buy Consume Die:

[DISCO: marcante] “Blue Lines” Massive Attack

 

Rudi:

[disco mais marcante] "Specials" The Specials

 

Serebelo:

[Disco mais marcante] "Hope Blister" ...smile´s ok

 

Escrito:

[discos mais marcantes] Três selecções

 

Kid Cavaquinho:

[disco mais marcante] Alpha - Come From Heaven

 

CrazyMaryGold:

[discos mais marcantes] Incunabula & Amber...

 

 

Work Buy Consume Die:

 

Escrito:

Rudi:

The English Beat - Beat This
Erode - Tempo Che Non Ritorna
Dance Hall Crashers - 1989-1992 (1993)
One Step Beyond - 45 Classic Ska Hits
The Redskins - Neither Washington Nor Moscow

 

Serebelo:

Tom Zé - Imprensa Cantada

Gorillaz - Demon Days

Bloc Party - Silent Alarm

Arcade Fire - Funeral

!!! - Louden Up Now

 

Kid Cavaquinho:

Africa Funk - Vol. 1

Cubanismo! - Malembe

Gor - Crosaides

Zeca Afonso - Galinhas do mato

Rão Kyao - Porto alto

 

 

 

1 Pouco Mouco

Alta Fidelidade

A Big Black Boat

A Vítima Respira

Braindance

Bitlogger!

Caixa de Ritmos

Clube de Fans do José Cid

Crónicas da Terra

Dance Not Dance

Deep & Lounge

Easy M

Electro-Lights

Electroshocker

Error_404

Grooves Clash

Hit Da Breakz

Intervenções Sonoras

Juramento Sem Bandeira

Major Eléctrico

Mundo Urbano

Música Digital

Music Producer Center

Notas Agudas

O Puto – O Tipo – O Tóto

O Som e a Fúria

Orelha do Ano

Pautas Desafinadas

Percepções

Play On Tape

Quark! Quark!

Queridos Anos 80

R.B.S.

Rádio Tranquera

Revoluções por Minuto

Rita Carmo

Rock em Portugal

Sound + Vision

The Tracker

 

Powered by Blogger

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

[Buy Opera!]

Get Firefox!

Get Thunderbird

Last FM

ouvidos abusados