[Info] Curtas II
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Seguindo a tónica de revisão do post anterior aqui ficam outras impressões que os últimos tempos deixaram. Fica também a esperança de desenvolvimento dos tópicos aqui deixados, num futuro que se quer próximo.
Tom Zé - Do pouco que ouvi neste Verão, este senhor merece toda a atenção. Grande surpresa se revelou e grande desapontamento da minha parte por ter perdido as suas actuações em terras lusas.
!!! - Estes nova iorquinos conquistaram um lugar certo nas minhas audições de Verão com o seu "Louden Up Now". Um dos projectos a ter em conta nos tempos que aí vêem.
Khonor - O seu albúm "Handwriting" é excelente. Prestações ao vivo no último Sonar, despertam a curiosidade para uma visita por cá. Será possível?
Sigur Rós - Os islandeses estão de volta. Bjork tem também um novo trabalho, mas o nosso destaque vai para o novo "Takk". O single "Glósósi" já está disponível na net e muito me agradou. Além do mais a 20 de Novembro estarão no Coliseu de Lisboa. Imperdível.
Deixadas estas notas, espero em breve voltar à escrita mais desenvolvida daqueles que mais otites despertam por aqui.
segunda-feira, agosto 29, 2005
[Info] Curtas
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Os últimos tempos têm revelado algumas surpresas, quer a um nível pessoal, quer a nível musical. Sendo que só as segundas interessam para aqui, o facto é que as primeiras têm impedido uma adequada presença no OTITES. Ainda para mais como os tempos que se seguem mais incertos serão, deixo aqui este post resumo dos concertos nestes últimos tempos que assisti na esperança que outros em breve o sigam.
1. Hype@Tejo - Condições logísticas pouco favoráveis, demasiada gente e de música apenas os Spektrum salvaram a noite. Agora que os Chemical Brothers têm um sistema de vídeo e de luzes que faria a inveja de muitos, isso têm.
2. The Gift - Tive a oportunidade de os ver novamente depois do supracitado Hype, desta vez num concerto em nome próprio que confirmou que eles são realmente muito bons no que fazem. Embora o último AM-FM não me tenha convencido, a verdade é que ao vivo não me deixam grandes dúvidas.
3. Paredes de Coura - De longe o melhor festival que me lembro de ter ido. Excelentes condições quer naturais, quer logísticas, um cartaz como poucos e, claro está, os Arcade Fire. Foram a banda do festival e a sua actuação exige um concerto em nome próprio o mais rápido possível. Destaque também para:
- !!!, de que vi, infelizmente, pouco
- os Foo Fighters, que proporcionaram um excelente concerto sendo Dave Grohl um dos melhores frontmans que tive a oportunidade de ver
- os Queens of the Stone Age, que espalharam ondas de devastação sonoras num raio de muitos kilómetros
- os Woven Hand, que irão merece a minha atenção em breve
- e claro está o Mestre, Nick Cave. É o maior. Que concerto...
Pontos menos bons: um som demasiado alto, um cartaz com alinhamentos questionáveis e minha ausência nos Futureheads e Hot Hot Heat.
4. Lisboa Soundz. Admito que uma gripe estava a complicar o meu estado de espírito, mas o facto é que tanto os Mogway como os Franz Ferdinand deram excelentes concertos. Esta liga escocesa, embora jogue em duas frentes bem distintas, joga muito bem.
quinta-feira, agosto 11, 2005
[INFO] Boards of Canada "The Campfire Headphase"
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Segundo a WARP, “Boards of Canada have finished and mastered their new album, to be released in October - their first release since 2002's Geogaddi! The album is very much classic Boards, building on themes and sounds that can can be heard in their intervening remix work for Beck, cLOUDDEAD and Boom Bip”.
O alinhamento será este:
01 into the rainbow vein
02 chromakey dreamcoat
03 satellite anthem icarus
04 peacock tail
05 dayvan cowboy
06 a moment of clarity
07 '84 pontiac dream
08 sherbert head
09 oscar see through red eye
10 ataronchronon
11 hey saterday sun
12 constants are changing
13 slow this bird down
14 tears from the compound eye
15 farewell fire
Label: warp
Catalog: warpcd123
Date: 17 October 2005 UK
Format: CD
São apenas estas poucas informações que a editora e os BoC lançaram para os media e podem ser consultadas aqui:
+ info:
» WARP
» We Are The Music Makers
» Music 70
terça-feira, agosto 09, 2005
[disco] Garden of Delight "Lutherion I"
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Quando se fala em Garden of Delight não se pode só falar em música mas também, obrigatoriamente, numa espécie de doutrina. Ao longo do tempo esta banda alemã, que surgiu em 1991, habituou-nos a um conceito mágico, baseado nas reflexões de inspiração mitológica do líder (highpriest - ?) Artaud Seth, aliado ao som mais obscuro e epicamente negro (os primeiros discos mostram uma grande influência de bandas como Sisters of Mercy e Fields of the Nephilim, por exemplo).
Após o lançamento da trilogia Apocryphal (Apocryphal I: The Fallen; Apocryphal II: The Faithful; Apocryphal Moments), que obteve grande sucesso (diga-se que, principalmente o Apocryphal II, tem alguns registos clássicos e marcantes - muito bom) ente fãs e críticos, seria difícil produzir algo de semelhante dimensão.
A resposta, no entanto, esteve muito à altura com aquilo a que podemos chamar um novo projecto intitulado “Lutherion”. Lutherion I foi lançado já este ano e marca desde já uma mudança muito vincada (quase radical) na musicalidade a que estamos habituados. Trata-se de uma aposta muito mais pesada, industrial até, a fazer lembrar a fórmula usada pelos Rammstein, que retira espaço, praticamente na totalidade, ao rock gótico que sempre vinha associado à banda. A crítica tem sido surpreendentemente favorável, nitidamente rendida ao primeiro impacto profundo que este disco provoca (é impressionante!).
Com uma boa musicalidade (verdadeiramente fantasmagórica), o álbum flui com grande naturalidade provando ser equilibrado e consistente. É extremamente poderoso, pesado e negro, podendo fazer as delícias dos amantes do género. Para estes, podemos até falar em obra-prima, apresentada numa digipack luxuosa com um 2º CD que inclui remisturas e versões (e que estranha versão de Alice, de Sisters of Mercy). Com faixas magnificamente majestosas, das quais destaco forçosamente “Stigmata”, “Bleak Horizon” e “Black Mass”, temos um álbum demoníaco e arrebatador desde as primeiras audições.
Apesar disto tudo, sou da opinião que esta mudança de sonoridade veio afastar os Garden of Delight da lenda que têm vindo a construir (e a destruir aos poucos também; afinal de contas, ao início, este seria um projecto que completaria um ciclo com a edição do sétimo disco, coisa que acabou por não acontecer). Prefiro sinceramente os discos anteriores e a sonoridade característica de uma banda negra e de imagem, tanta gente diz, Lovecraftiana. Não deixa, porém, de ser importante ouvir esta nova proposta, porque marca uma viragem muito demarcada no som de Garden of Delight.
Existem alguns trechos de algumas destas músicas para download (.mp3) no site oficial da banda. Fica aqui o link directo para "Stigmata", "Bleak Horizon", "Black Mass", "Confession", "Necronaut" e "Redemptoris Mater". Dão uma boa ideia do que representa o álbum.
Site oficial: http://www.garden-of-delight.com