[INFO] Novo CD da Nicollette "Life Love Us"
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A cantora Nicollette, figura e voz proeminente na música de dança lançará o seu último disco em Março deste ano. Será a mono¨cromatica a responsável pelo lançamento e o CD pode ser adquirido na loja desta editora portuguesa. Por outro lado, quem não queira dispender os €14 do preço do disco pode comprá-lo na terça-feira juntamente com o jornal Blitz com €9.90 (€8.90 mais €1 do jornal).
Segundo a mono¨cromatica o PVP recomendado para as lojas FNAC será de €14.95 no final de Março, quando "Life Loves Us" chegar às prateleiras das lojas.
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
[INFO] Prefuse73, Thievery Corporation e Styrofoam
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Os Prefuse73 lançam a 21 de Março (em Inglaterra) o seu novo albúm "Surrounded By Silence" que será precedido pelo single "HideYaFace". O site da Warp, editora dos Prefuse73, disponibiliza o tema "Pagina Dos Featuring The Books" aqui. Para ouvir o single completo que inclui quatro misturas de “HideYaFace” basta ir aqui.
Os Thievery Corporation editam “Cosmic Game” depois do último trabalho de originais de 2002 “The Richest Man in Babylon”. Com a colaboração de David Byrne e os The Flaming Lips, os Thievery Corporation, pela mão da Eighteen Street Louge Music, lançam um trabalho há muito esperado pelo público. Diz quem ouviu que é o melhor disco do Thievery Corporation.
“Nothing Lost” é a proposta mais recente do belga Arne Van Petegem, mais conhecido por Styrofoam. Assinando pela Morr Music, as críticas têm sido muito positivas. Este escriba só se lembra de “Point Misser”, primeiro trabalho, onde a electrónica não rimou com frieza ou mecânica.
sábado, fevereiro 19, 2005
[DISCO/RARIDADE] X Mal Deutschland "Viva"
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Começa aqui uma nova rubrica na qual daremos atenção a certos discos menos comuns, ou mesmo raros, mas que ocupam um certo lugar nas nossas audições.
Pequena resenha histórica. Estes X Mal Deutschland (XD), formaram-se em 1980 em Hamburgo, Alemanha com um alinhamento inteiramente feminino: Anja Huwe (voz), Manuela Rickers (guitarra), Rita Simon (baixo), Fiona Sangster (teclados), and Caro May (bateria). Através duma digressão com os Cocteau Twins, foram convidados para a 4AD e por lá ficariam até lançarem este "Viva". Até aqui alguns singles e dois excelentes álbuns, Feticsh e Tocsin
1987. Uma formação mudada, a mudança para a editora Phonogram com consequentes receios nas opções estéticas e sonoras que isso implicaria e uma legião de seguidores dedicados, divididos entre a referida Anja e Siouxsie nas suas fantasias menos próprias.
Contextualização: Cavaco tinha a maioria absoluta, a SIDA não é coisa de homossexuais e é mesmo para o mundo inteiro e na URSS algo está a mudar.
Portanto o álbum. Depois do punk de "Fetisch" e o gótico de "Tocsin" eis que surge o disco que consegue transpor a raiva do primeiro e o negrume do segundo em algo mais bem mais pop. A primeira música e também o primeiro single, "Matador" indica isso mesmo. É uma grande canção pop, mas que sem dúvida deve ter afastado alguns fãs mais agarrados aos sons do então passado. O resto do disco mantém a tendência de um som mais acessível como se pode conferir, por exemplo, no segundo single, "Sickle Moon". Além disso há também a destacar a inclusão de várias músicas cantadas em inglês o que até então não acontecia. Os dois singles referidos são cantados nesta língua e teremos que salientar que esta escolha não terá sido a mais feliz. Algo que não consegui saber é se foi realmente uma escolha ou uma sugestão da nova editora...
Mas apesar disso o som dos XD continua por lá e mesmo escondido por uma roupagem mais acessível, ele salta ao ouvinte mais atento. Existem músicas incríveis que condensam toda a essência desta banda: "Polarlitcht", "Feuerwerk (31 dez)", "Eisengrau" são alguns exemplos.
Mas em abono da verdade este disco fica sem dúvida uns furos abaixos dos anteriormente referidos. E no entanto, é o meu favorito dos XD... sabe-se bem que a lógica nada tem a ver com estas coisas.
Para quem tiver a oportunidade aconselhamos como complemento, as fantásticas Peel Sessions gravadas pelos XD de 30 de Abril de 1985, numa altura em que se preparava este "Viva". Brilhantes!
E já que se fala aqui de raridades, há a salientar a edição deste disco. A capa foi concebida pelos 23th Envelope, conhecidos pelos seus magníficos trabalhos para a 4AD e a excelente fotografia da banda no interior é do já referido, em posts anteriores, Anton Corbjin.
Quanto a ter o disco, admito que nunca vi uma edição em CD, embora haja registos de tal coisa (aqui fica a referência, Cat no: 830 862-2). A edição em vinil também não será fácil de encontrar, mas pelo atrás escrito vale bem a pena, em especial se forem conhecedores da banda. Lojas de discos em segunda mão serão a hipótese óbvia.
Sítio não oficial
Discografia
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
[disco/info] The Exploited - "Fuck The System": o motim está de volta a Portugal.
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Lisboa e Porto que se cuidem, porque os lendários The Exploited estão a caminho.
Motins, palcos destruídos, polícias espancados, hotéis escavacados, batalhas campais e muito barulho, são apenas algumas das coisas que, apesar de tudo, servem de cartão de visita de uma das lendárias bandas britânicas de punk rock.
Deixando todas as polémicas que rodeiam esta banda, principalmente no que toca a todos os acontecimentos gerados à volta da suspeita de se tratar de uma banda nazi, o certo é que o denominador comum é sempre violência e destruição.
Uma prova disso mesmo é o mais recente disco de originais, “Fuck The System” (2002). Um disco poderosíssimo, explosivo e brutal o suficiente para derrubar qualquer um, com uma produção bastante boa a conseguir potenciar ainda mais estes factores. Surge bem na sequência do álbum anterior, "Beat The Bastards", embora ainda mais rápido e feroz, na minha opinião.
Wattie Buchan, vocalista da banda, continua furioso, controverso e revoltado, como provam as bárbaras faixas “There is no point”, “Noise Annoys” e “Violent Society”, citando apenas alguns exemplos. Músicas realmente avassaladoras.
O oitavo álbum de originais desta banda é agressivíssimo e insano, sendo um disco que abre as portas para um concerto absolutamente brutal, caótico e potencialmente perigoso. Todos sabemos que diversas pessoas terão que receber assistência médica.
Mas The Exploited e esta vertente do punk rock mais agressivo é isso mesmo. Não se resume à música e o melhor exemplo pode mesmo ser o último “Fuck The System”, que não se tratará nitidamente de um simples disco, mas também de uma espécie de declaração de guerra.
Pesadíssimo.
Os concertos em Portugal têm as seguintes datas:
4 de Março – Hard Club
5 de Março – Paradise Garage
O cartaz está aqui.
É possível ouvir partes das músicas do álbum "Fuck The System" aqui.
domingo, fevereiro 13, 2005
[DISCO] Daddy G "DJ Kicks"
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A série DJ Kicks, da K7, conta com muitos e grandes nomes da música de dança (seja isso o que fôr), entre os quais Stereo MC’s, Trüby Trio, Nicollette, Kruder & Dorfmeister, Nightmares On Wax entre muitos ouros. Chegou a vez de Daddy G (Grant Marshall), mais conhecido como a outra metade dos Massive Attack (MA).
Podemos considerar, desde já, o historial de Daddy G como decisivo no convite para este disco visto que foi o seu papel na construção do género trip-hop que deu lugar à existência dos MA, Portishead, Smith & Mighty e Tricky entre outros nomes.
Este disco começa com uma gravação de Philip Levi & Tipper Irie a dar o mote para os 71 minutos seguintes, cheios de reggea, dub, funk, rocksteady e downtempo. O “flavour” jamaica está presente na maior parte do CD, o que só corrobora a escola musical de Daddy G. Willie Williams, em “Armagideon Time” faz o discurso político que se impunha e Melaaz com “Non Non Non” (mais conhecida na sua versão anglo-saxónica) abre a porta a uns minutos mais relaxados e sensuais visto que Tricky em “Aftermath” se apresentam a seguir numa versão rara, muito despida, mas com sonoridades sujas típicas deste músico. Novo interlúdio funk com “Just kissed my baby” dos Meters e as baterias apontam para três faixas made in MA com duas misturas de algum sucesso: “Mustt Mustt (MA Remix)” de Nusrat Fateh Ali Khan (que alguns consideraram um atentado à faixa original, mas nunca deixará de ser a mistura que Daddy G mais gostou de fazer) e “Face A La Mer (MA Remix)”. Tons ambientais e étnicos dão mais substãncia ao disco, tornando-o ainda mais global. De seguida, uma mistura de “Karmacoma”, a Napoli Trip, a mais bem conseguida (na minha opinião) desta música. Assenta bem aqui, a manter o tal cariz universalista. 4 faixas de dub, reggea de hip-hop, Johnny Osbourne com “Budy Bye” e os Badmarsh & Shri em “Signs” (revisitados pelos Dubplate), são exemplos disso. Chegamos a um momento mais electrónico do disco com duas agradáveis supresas: Os Leftfield com “Inspection/Check One” (do lendário “Leftism”) misturam-se com "I Against I" dos MA e Mos Def, faixa futurista, agressiva na letra, nem por isso na melodia, mas sempre um grande tema dos Massive que apenas foi editado na banda sonora de Blade 2; Aqui pensamos que valeu a pena a compra do disco: ecletismo q.b., mas sem enganos. Para acabar, em jeito e conclusão para que nada fique mal-entendido, Aretha Franklin com "Rock Steady (Danny Krivit edit)" e a melhor mistura do colectivo de Bristol por Paul Oakenfold para o sempre hino urbano "Unfinished Sympathy".
Enquanto muitos DJ’s aproveitam esta série para mostrar pérolas musicais desconhecidas outros optam simplesmente tocar sucessos intemporais. Daddy G pertence ao segundo grupo dando a entender que as raízes não são para se esquecer. Além disso coloca as capacidades técnicas de lado (as misturas são despojadamente simples) para enfatizar as músicas.
Uma linha que está a tomar conta da série DJ Kicks, e que não vejo volta a dar, é o facto de se aproveitar para, diminuindo os custos de licenças de músicas, mostrar sonoridades da banda/artista convidado a fazer o disco. Com Trüby Trio passou-se o mesmo e aqui em 17 faixas, 5 têm origem nos MA. Será bom?
[Daddy G "DJ Kicks”, !K7170CD - !K7, 2005]
+info:
site da !K7
RRAURL
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
[DISCO] Low "The Great Destroyer"
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Quem acompanha regularmente o OTITES, saberá que estes "Low" são umas das minhas bandas de eleição. Para os poucos que não acompanham, abram uma outra janela aqui.
Formados em 1994 em Duluth, Minnesota são compostos actualmente pelo guitarrista/vocalista Alan Sparhawk, pela percussionista/vocalista Mimi Parker e o baixista Zak Sally. A sua discografia tem a sua mais recente edição, neste princípio de 2005, com este "The Great Destroyer". É o primeiro álbum gravado para a Sub Pop, editora que mesmo após o desvancecer do grunge, sempre nos brindou com propostas interessantes (e.g. "The Walkabouts").
Esta mudança deixou-me algo receoso quanto ao som dos "Low" e a uma eventual adulteração do som, em especial tendo em conta a relativa visibilidade da editora. Bem sei que a Sub Pop não é uma major e que dá toda a liberdade aos seus artistas, mas no entanto...
Não me tinha enganado, de facto o som havia mudado. Agora quanto ao receio, esse é que era manifestamente infundado. Os "Low" continuam a fazer músicas como só eles sabem, só que agora bem mais pesadas e nas quais a guitarra parece ser esmurrada, em vez de tocada. Claro que existem momentos bem calmos (e.g. Death of a Salesman), mas estes são agora mais a excepção, do que era a regra de então.
O disco começa com uma das melhores faixas de abertura que me lembro "Monkey", onde o som mais agressivo de que vos dei conta, fica logo como aviso à navegação. Depois o primeiro single "California" e a partir daí já estamos embalados e o disco em repetição automática. Até agora, o melhor que ouvi neste ainda curto 2005.
Tem sido umas das melhores companhias que tenho tido nestes difícies tempos de gripe.
Sítio de referência
P.S. Está agendada uma curta digressão pela Europa em meados de Fevereiro. Esta não passará por Portugal. No entanto existem datas para Londres, Amsterdão, entre outras. Podem consultá-las aqui.
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
[banda] The Temple: o que é nacional pode ser mesmo muito bom.
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Em 1997 chegou-me às mãos um surpreendente e espectacular “The Angel, The Demon & The Machine”, o primeiro álbum dos “The Temple”, que “encaixei” perfeitamente numa altura em que estava sobretudo habituado a um som pesado, mas com nexo e atitude enérgica. Extremamente agressivo, cru, altamente criativo e com toda a certeza fruto de uma genuinidade sentida, tornou-se num disco que passou no meu leitor com muita frequência.
No entanto, e todos nós sabemos como é difícil singrar em Portugal com um projecto tão directo e alternativo sem antes singrar no estrangeiro (como eles próprios referem), cheguei a pensar que os “The Temple” se tornariam em mais uma daquelas bandas que nunca passariam da promessa por falta de um merecido reconhecimento e oportunidade. Mas também é preciso referir que as oportunidades procuram-se e, com trabalho dedicado e planeado, o reconhecimento tende a surgir. E foi mesmo isso que aconteceu aos “The Temple”, que apesar dos anos que passaram não estiveram parados, preparando o caminho que queriam percorrer.
E terá sido com esta feliz premeditação que o recente “Diesel Dog Sound” (2004) foi preparado e construído. As críticas, nacionais e internacionais, falam por si, e tenho a certeza que não é por acaso que lemos várias vezes que este será dos melhores discos de heavy-metal alguma vez feito por portugueses. Com a mesma energia e atitude dos seus primeiros anos enquanto banda, a genuinidade foi multiplicada pela sua maturidade e pelo produtor escolhido, que fez um trabalho espantoso, muito embora a “matéria-prima” seja a grande responsável pelos resultados finais bem espelhados neste trabalho gravado em Londres.
As participações especiais de Fernando Ribeiro (Moonspell), Zé Pedro (Xutos & Pontapés) e Ricardo Pereira (acordeonista) são uma agradável surpresa que fazem parte do conceito que os “The Temple” criaram, resultando bem e mantendo, mesmo assim, a consistência.
Existem algumas diferenças entre este último e o primeiro disco, principalmente porque este “Diesel Dog Sound” é, na minha opinião, muito mais explicitamente heavy-metal, muito devido certamente a um registo vocal algo diferente.
Eu confesso que não sou grande apreciador da vertente heavy-metal, no entanto os “The Temple” são diferentes, especialmente pela sua criatividade muito acima da média (a nível internacional), consistência dos conceitos, energia e genuinidade.
Há musica pesada muito boa a ser feita em Portugal, e os “The Temple” são um perfeito exemplo disso mesmo. Esperemos que a trajectória ascendente da sua carreira se mantenha com níveis de qualidade tão elevados e que lhes seja dispensada a atenção que merecem.
Toda a informação no site oficial dos “The Temple” (com possibilidade de alguns downloads) em http://www.thetemple.com.pt