Banda [Kaiser Chiefs] e disco [Employment]
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Visto daqui, o hype que a imprensa britânica cria para algumas bandas, parece quase irreal. Lembro-me dos Suede serem considerados a melhor banda inglesa quando ainda não tinham nenhum álbum editado.
Ora que se cria à volta de bandas tem uma quase certa relação com tendências de mercado.
Daí que quando alguém enceta um caminho e é bem sucedido, outros virão atrás. Muitas vezes não são meros imitadores, nem sequer oportunistas. Têm apenas as mesmas referências e seguem por isso um caminho similar.
O sucesso dos Franz Ferdinand traz então estes Kaiser Chiefs (KC) e um notório hype atrás. De facto as duas bandas conhecem-se, os segundos foram a banda de suporte dos primeiros, o visual camp repete-se (embora aqui os FF ganhem aos pontos), redobra-se o cockney da coisa entre uns e outros e ouvem-se ao fundo as pints a serem pedidas como se amanhã ninguém fosse trabalhar. E isto apesar de trabalho não faltar a estes KC, que por estas alturas estão a tentar conquistar os EUA. Mas o falatório deste lado do Atlântico, talvez não chegue...
Os KC (o nome provém de uma equipa de futebol sul-africana) são de Leeds e pelo Verão de 2003 tinham a sua formação actual: Ricky Wilson (voz), Andrew “Whitey” White (guitarra), Simon Rix (baixo), Nick “Peanut” Baines (teclas) and Nick Hodgson (bateria e voz).
Assinaram recentemente pela Universal Records, após um processo conturbado com as suas prévias ligações. Lançaram um single “Oh My God” numa pequena editora, seguindo-se o mais conhecido “I Predict A Riot”. Surge agora este “Employment” do qual falaremos nas próximas linhas.
Kaiser Chiefs “Employment”
Que excelente maneira de começar um álbum. Quatro canções, quatro potenciais grandes singles (um já o é).
"Everyday I Love you Less and Less" é brutal! Três minutos de um tipo a cantar coisas, como não preciso do teu amor porque os meus pais curtem de mim, até fotos têem de mim. Não acreditam? Sério! E o melhor é que a coisa resulta!
"I Predict a Riot". O single roda por aí e a coisa aqui é mais séria. O tom já não é de parvoíce e na verdade existe aqui um espacamento policial. Só pode haver um resultado para tal coisa ... isso mesmo um motim! Podia ser punk, não o é, mas funciona na perfeição!
"Modern Way" é o tema que mais vai rodando por terras de sua majestade e percebe-se porquê. Mais dolente, meloso, mas muito bom.
"Na na na naa". Está-se mesmo a ver o refrão, não está? Mas para saltar no autocarro pelas oito da matina é do melhor! Acreditem. Naqueles dias de frio foi do melhor.
Eu disse quatro canções? Bem, talvez sejam mais, mas o que se passa é que a partir daqui aparecem alguns temas que talvez fossem bons lados B. E outros que nem isso. Dá a sensação que entraram em estúdio sem músicas suficientes para um álbum inteiro.
É que quando se chega ao últimos temas, já se pensa que o melhor seria repetir os primeiros quatro...
Três quartos de hora de álbum. Podia ser excelente. É bom. Mas para primeiro trabalho, há que dizer, cria muita esperança num futuro para estes KC.
Sítio oficial dos Kaiser Chiefs