[Concerto] K-OS
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Odeio o Santiago Alquimista. Odeio os atrasos habituais, ontem só foram 45 minutos. Odeio a antipatia dos empregados, o tirarem os copos ainda uma pessoa não os acabou, odeio o tempo de espera para se pagar, o Multibanco dentro do escritório, odeio. Desculpem, tinha de tirar isto do sistema.
Ontem lá fui ver o concerto de K-OS (lê-se caos em inglês), na referida sala lisboeta. Canadiano de origem, mas com um som mais a dar para o país abaixo (nada de Cohen, Goodspeed ou Arcade Fire, claro está), vinha com boas referências da crítica especializada. Portanto hip-hop e sons mais negros à volta para aquecer uma noite que já de si bem quente era.
Acompanhado por uma banda de 5 elementos, mais a sua pessoa, começou a desfilar temas que por muito esforço que se fizesse não se percebiam nada. O som estava no mínimo péssimo, nem para concerto punk em garagem improvisada serviria… mas lá eles insistiram. Ao terceiro tema, começaram os impropérios a Bush e as mensagens de revolta perante a sociedade massificada contra a qual decerto ele se tenta libertar, mas honestamente, não há pachorra para essas coisas. No entanto, o público pareceu discordar veemente da minha pessoa, pois aderia à coisa que nem audiência nacional aos Malucos do Riso. A quantidade de bonés por centímetro quadrado já indicava que fosse o fosse que se passasse no palco, seria que nem Messias a prometer paraíso. De novo as minhas desculpas, mas as comparações forçadas são a única coisa que me dá alento, perante o péssimo concerto de K-OS. MC que lá na rua dele deve ser o maior, que decerto ontem teve uma noite menos boa e daqui a uns tempos me fará engolir estas linhas, mas…
É que houve até lugar para solos de guitarra que, não fosse a péssima qualidade do som, diria que estaríamos em concerto dos Poison, ou algo parecido. O guitarrista tinha um boné, claro está, que se não fosse assim decerto sairia de lá cabeleira permanentada à Europe…
É que houve diálogo entre percussões que nem festival de Verão. Juro que ouvi “Alvorada!” por essa altura…
Como vêem foi para esquecer.
Nem quero escrever mais nada, não tenha havido alguém incauto que tenha gostado e esteja a ler isto e a pensar “mas este tipo esteve lá?”
Em parte terá razão. Nem cheguei ao fim da coisa.