Sigur Rós
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Não há como evitar: o lançamento de "Takk..." o novo disco dos Sigur Rós é o acontecimento musical do momento aqui no OTITES. O que estes islandeses fazem é único e notável e não conhecer a sua obra é falhar uma das mais idiossincrátricas do panorama musical actual. Daí que fique aqui este resumo da sua obra (álbuns apenas), na esperança que alguém assim os possa descobrir.
"Von"
Primeiro disco, se bem que para muitos apenas o próximo seja o primeiro efectivo. Algo incoerente, perdido nas referências entre My Bloody Valentine, Brain Eno e o que quer eles tenham ouvido na infância, é uma boa obra para descobrir depois de conhecer o resto da obra. Excelente para se perceber de onde vem aquele som tão próprio...
Nota: O título do álbum traduz-se por "Esperança".
"Ágætis Byrjun"
A partir daqui nada mais poderia ser igual. O primeiro disco gravado condignamente, parece elevar a música a alturas inalcançáveis a seres humanos. A linguagem é imperceptível (em alguns temas, mesmo para quem é islandês, devido à utilização de uma linguagem própria, o hopelandish), a música é algo de inaudito até então. Não consigo esboçar paralelismos com a paisagem islandesa, mas o que imagino tem esta banda sonora.
Um dos discos fundamentais dos últimos anos.
Nota: O título do álbum traduz-se por "Bom começo".
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O famoso disco dos parêntisis. Sem título, tal como as oito músicas que o compõem, é agora apontado pela crítica como uma opção menos certa na carreira dos Sigur Rós. Muito denso, por vezes impenetrável, cantando totalmente em hopelandish é para mim, para além de categorização e adjectivos. Só não digo que é perfeito, pois de cada vez que o oiço outro disco ainda melhor se descobre. Novamente não há como ser objectivo quando se escreve sobre algo como isto, mas se disser que me arrepio a rever estas linhas, não é exagero.
A música que encerra este disco é uma das minhas preferidas de sempre.
E foi também essa a que encerrou o último concerto dos Sigur Rós em terras portuguesas. Antes houvera uma visita ao CCB, que quem lá esteve recorda como dos melhores concertos da sua vida. Tal como o último a que tive a felicidade de assistir.
Será portanto imperdoável não ir ao Coliseu dos Recreios, no próximo dia 20 de Novembro.
Quando conseguir deixar de ouvir "Takk...", tentarei escrever sobre ele.