domingo, junho 26, 2005

[Disco] Mísia "Drama Box"

Como começar? Em quando a vi pela primeira vez na Aula Magna e me arrepiei com a sua "Lágrima"? Quando ouvi a sua "Triste Sina"e me ficaram para sempre as palavras por lá cantadas "...e para quê os meus cinco sentidos, se a gente não se abraça não se vê..."? Ou de cada vez que a vejo e oiço e me apaixono irremediavelmente um pouco mais ainda?
Seja lá como for há que começar. E havendo um novo disco, não percebo o porquê de tanta hesitação... pudera eu não perceber tal coisa...
O facto é que as palavras ficam num rodilho quando tento escrever sobre ela. E isto não é mais que um apelo à vossa compreensão. Críticas e paixão são coisas complicadas de conciliar e se uma geralmente acaba com a outra, então o melhor é dizer que ainda "Drama Box" não tinha saído e já eu gostava dele. Acaba-se assim uma pretensa crítica, como se poderia pensar.
Nas últimas actuações já se prenunciavam os novos fados, os tangos e boleros que, de novo, renovam a carreira de Mísia. A todos estava rendido. Só faltava a sua transposição para a imaculada assepsia de um cd e ver como assim soavam.
Magnificamente será suficiente? Excessivo claramente não o é.
Destacar o desconsolo de "Te extraño", a afirmação de "Yo Soy Maria", significa esquecer os outros temas em castelhano? Apague-se então esta última linha!
Realçar a paixão distante de "Fogo Preso", o fim da estrada de "Se o Nosso Mundo Anoiteceu", significa esquecer outros fados, deste e de outros discos? Apague-se já estas linhas por inteiro!
Mas antes de tudo disso leve-se "Drama Box" para casa. Oiçam-se as palavras de Vasco Graça Moura, de Natália Correia, de José Saramago, de José Luís Peixoto, as composições de Mário Pacheco, de Piazzola. E saia-se de casa para ver como resulta ao vivo, o apuro estilístico, o visual requintado, a emoção transposta lá.
Sinta-se Buenos Aires, entre uma rambla de Barcelona, com vista para o Tejo.

quarta-feira, junho 22, 2005

[INFO] Stereo MC's

Os Stereo MCs vão lançar o sucessor de "Deep Down and Dirty" de 2001. "Paradise" é, na visão de Rob Birch e Nick Hallam um disco "holed up in their Brixton bunker with an armoury of singers, ideas, and fresh enthusiasm, these two tracks represent their ability to craft headnodding hip hop bombs alongside soulful, introspective gems." As faixas a que os Stereo MCs se referem, "Warhead" e "First Love", bem como um audio sampler, estão disponíveis para audição no seu site oficial.

À primeira vista (ou audição) as novidades não serão muitas, neste "Paradise", que já foi apresentado ao vivo em Liverpool no dia 18 deste mês (Sábado passado).

Ainda este ano, o duo noticiou o nascimento de uma editora que apadrinharam, a Graffiti Records, mas que ainda não teve quaisquer lançamentos discográficos.

terça-feira, junho 21, 2005

[disco] Daemonia Nymphe "Eponymous"


Solstício, 21 de Junho, dia de misticismo e paganismo em Sintra, Marvão, Stonehenge, Carnak ou Delfos. Poderosos elementos energico-paisagísticos e de sensibilidade hiper-otitionais que no caso do oráculo grego se espelha nos rituais sonoros perconizados por DAEMONIA NYMPHE (D.N.).

As ninfas demoniacas são, na sua essência, um projecto de música antiga helénica, assentado nas colunas Spyros Giasafakis e Evi Stergiou com coloboração de outros músicos mas actuações ao vivo. Dotados de inspiração divina, forjam otites e letras em grego antigo com instrumentos da antiga Hellas, recuperados pelo o estudioso e artesão Nicholas Brass.

De um portfolio de dez anos vou destacar o albúm 'Eponymous' cujas sombras da capa são o primeiro augúrio que a prática adivinhatória será recorrente ao longo do disco. Logo a seguir a esta 'CIOMANCIA', deparamos com o tema incial 'Message Horn's Enchanting Echo', bela forma de fazer uma evocação pagan. Os corpos untados de azeite e os espíritos despidos em fragâncias ficam desde logo reféns no reino dos sonhos sob 'ONIROMANCIA'.


É escutando 'Summoning Divine Selene' que Cassandra de Rhodes, amiga de Corto Maltese lê a este marinheiro com linha da vida artificial, as aventuras que as borras de café deixam entrever por 'TASSEO MANCIA'.


Um pouco antes, no oráculo de Dondora, experimenta-se uma sessão de premonições de 'CHALCOMANCIA', batendo vasilhas de cobre e bronze, e interpretando o significado dos sons e otites produzidas em 'Ida's Dactyls'.


Visitando 'Hades' no reinos dos mortos, os D.N. recorrem à 'NECROMANCIA', observando a céfale de um cadáver ou invocando almas do jardim de macieiras douradas, isto tudo num denso instrumental.


Enebriados em 'In 'Hymn To Bacchus', veremos como os D.N. pela OINIMANCIA, elogiam o vinho como um bom preditor do futuro, através da sua cor, cheiro aparência e sabor divino.


Na película de luz solar, uma ladaínha masculina de um ser em delírio em 'CRESMOMANCIA' revelam dramas e comédias na faixa 'Karai Rejoicing In Antron'.

Nos círculos e nos movimentos mágicos sem início, sem fim as letras bailam na fronteira do Espaço e cimentam-se em palavras no Tempo. As profetisas demoníacas possessas em riso, giram analogicamente em 'ZAIRAGIA' em pleno 'Nymphs Of The Seagod Nereus'.

Na 'DEFICE MANCIA', nem Governos nem ZEUS são hábeis, apenas D.N. e os efusivos sátiros Constâncios dançam e sopram os números malditos em 'Dance Of The Satyrs'.

No final do ritual de 60 minutos, Daemonea Nymphe finaliza com 'Invoking Pan', para que o ser fábulo alegre o mais longo dia do ano.

Seria com as proféticas palavras do filósofo que desvia à barra para não ceder canto, que eu descreveria de maneira mais sucinta esta longa crítica.



Joao Pinto um dia disse : Prognosticos? Só no fim do Jogo\Disco!!!

Sem dúvida uma frase milenar para uma música cada vez mais actual.



Site oficial : http://groups.msn.com/DaemoniaNymphe/

Editora : http://www.prikosnovenie.com

sábado, junho 18, 2005

[Disco] Royksopp "The Understanding"

Escrevo este post com receio fundado. As primeiras audições de "Melody A.M.", o primeiro álbum dos Royksopp e anterior a este que aqui se fala, não me suscitaram grande interesse, à excepção dos singles que por essa altura iam surgindo. Hoje e por culpa desses mesmos singles, temas que me puxaram para o resto do disco, tenho-o como um de notável excelência.
Ora as primeiras audições deste "The Understanding" fazem-me sentir exactamente o mesmo. É que a nova proposta destes noruegueses não parece apresentar nada de novo ou relevante e, honestamente, parece perdida numa eventual direcção a tomar. Existem mesmo momentos que me embaraçam a audição, tais como alguns falsetes em "Follow My Ruin" e "What Else Is There " ou soluções ritmícas de duvidoso gosto como em "49%". Outros temas há que parecem caminhar sem que se perceba para onde ou para quê, como "Alpha Male" que parece um plágio a Jean Michel Jarre (?). É que mesmo num disco de Verão, como este me parece ser, há que fazer algum sentido.
Mas como a história tem um jeito natural para se repetir, também aqui há lugar para um (para já) single que, para mim, será o tema deste Verão. "Only This Moment" sabe a praia, calor, gins tónicos numa esplanada, festas até ao nascer do Sol, ou seja, para aqueles com um trabalho fixo diurno, férias. Ao ouvir este tema no Blue Room pela primeira vez pensei que uma obra maior viria a caminho. A questão agora é... quando será que me enganei?

Sítio oficial dos Royksopp

quinta-feira, junho 16, 2005

[Info] Depeche Mode ao vivo em Portugal!!!

depeche mode tour 2005/2006

Ainda este ano vai a meio e já se anuncia um grande concerto para o ano que vem. Os Depeche Mode passarão por Lisboa na sua próxima digressão, que tudo indica servirá para promover o seu próximo álbum, do qual pouco se sabe.
Segundo o site oficial os bilhetes serão postos à venda amanhã. No entanto contactos telefónicos indicaram que só para a semana tal acontecerá. Portanto certezas em relação aos bilhetes ainda não existem. O que se sabe é a data, 8 de Fevereiro de 2006 e o local, o Pavilhão Atlântico. Os preços segundo o Diário Digital andam entre os 27 e 39 euros.
Tive a oportunidade de ver os Depeche Mode em Madrid, na sua última digressão, a "Exciter Tour", e digo-vos que ouvir o "Never Let Me Down Again" e ver aquele mar de braços foi dos momentos mais especiais da minha vida. Para quem pensa que será um exagero tal afirmação recomendo o visionamento do 101 e logo entenderá.

Sítio oficial dos Depeche Mode

Ligação directa à página da digressão

Notícia do Diário Digital

Actualização: Os bilhetes estão à venda desde quinta passada. Os meus foram comprados na Fnac, mas suponho que se encontrem nos restantes sítios habituais.

terça-feira, junho 14, 2005

[DISCO] Arcade Fire "Funeral"

Nos próximos tempos tentarei centrar a minha atenção para projectos que sejam dados como certos no circuito festivaleiro nacional.
Será que é desta que os bilhetes choverão aqui na redacção?


Admito que só por acaso prestei a atenção devida a estes Arcade Fire. Prenunciando-se desde o ano passado, capa de várias edições de imprensa especializada e alvo de excelentes críticas já no corrente, a verdade é que as primeiras audições iam votando esta banda ao meu esquecimento.
Em boa hora estive alguns dias sem ir a casa e "Funeral", o seu primeiro e único disco, assim ficou retido no meu leitor. Pude assim, ao princípio forçado, depois com muito gosto, ouvir com a atenção merecida este disco. Os temas demoram a entrar, mas é notório o crescimento que em nós vão tendo progressivamente.
Estes canadianos, compostos centralmente pelo casal Win Butlter e Régine Chassagne, remetem para uma recolha musical que na tentativa de explicar o que por lá se ouve, só confudirá o leitor que ainda não teve o prazer de os ouvir. É que oiço por lá a voz desconjuntada de David Byrne fase Talking Heads, a excelência musical dos Radiohead, os coros melódicos dos Low e outras bandas mais que mais assim desnorteariam. Não acreditam? Que tal juntar o tom lúgubre dos The Cure (o título ajuda) e a melodia dos Magnetic Fields (e outras que se pedem nos vossos comentários)? Ainda piora? E saber que tudo isto ao mesmo tempo soa a novo e original? Que não vos engano... asseguro-vos.
Todos os temas apresentados são notáveis, pequenas gemas que me parece serão recordadas num futuro próximo como mágicas para muita boa gente. Mais uma vez e admito ser uma idiossincrasia da minha parte, não consigo destacar nenhuma, tal é a qualidade por lá patente. Há que ouvir tudo.
Com participação anunciada numa das melhores séries de televisão que já vi (parece que no mesmo episódio os Interpol também participarão, ambas as bandas com temas inéditos) e passagem anunciada em Paredes de Coura, valem sem dúvida o tempo que a eles se destina.
De preferência o suficiente para várias audições.

Sítio oficial dos Arcade Fire

Sítio oficial de Paredes De Coura

segunda-feira, junho 13, 2005

[DISCO:crítica] Agricultuna "Agricultuna"

Agricultuna

Confesso-me como um céptico da “normal” música de tunas. No entanto, a Agricultuna (Tuna Académica do Instituto Superior de Agronomia) lançou um disco (homónimo) a que o adjectivo “normal” não se aplica: não é um vulgar disco de tunas.

Comecemos, então, pelo princípio. “Ruralidades” espanta-nos com um instrumental cheio de raízes. Raízes, será de facto, o termo a usar: A colagem a uma música popular portuguesa é muito bem conseguida com a inclusão da gaita de foles (nem o “ronco” foi escondido) e recorrendo apenas aos instrumentos sem qualquer vocalização. Na segunda faixa, “Lisboa Antiga”, a devida homenagem a Lisboa é o primero tema que mostra as vozes dos tunos. Tom alegre e tradicional, mas comedido. Eis que com “Lisboa” nos chega uma das grandes momentos deste disco; Um poema de amor sentido, mais uma vez à capital, com vozes acompanhadas dos instrumentos e a sós, sem rede. A segunda das três surpresas de “Agricultuna” acontece agora, na quarta faixa, “Marcha de Alfama”, com a participação de João Afonso que condimenta este tema de forma calma em contradição com a força das vozes dos tunos; O contraste é muito bem conseguido e muito enriquece esta “Marcha”. A “Jaguncina”, ligada a uma matriz popular é composição muito bela não mostra, infelizmente, a força do “ao vivo”, (não se pode condenar ninguém por isso) e talvez por esse facto o contra-baixo está sempre presente a encher a música. Se, até aqui, nenhum dos nomes dos temas se poderiam referir à temática de tunas, a sétima faixa, “Tunantes”, não defrauda. Um poema que descreve a vida dos tunos com mágoas e alegrias, errantes e estudantes. Durante seis minutos e meio assistimos a uma montanha-russa de emoções com a amizade e a música como pano de fundo. A flauta, que já se havia mostrado antes, marca a diferença. O espanhol, aprecie-se a escolha ou não, aparece em três faixas, “Serenata Huasteca”, “El Novillero” e escondida em “Ruralidades”, no final. Demonstrando a sua amizade à Tuna del Universidad Regional del Sureste estes temas atiram mais achas à fogueira deste caldo heterogéneo que é este disco. Quase no fim, em “Fim de Curso”, um tom mais arrastado, mas nem por isso exageradamente triste até porque é alterada a sua cadência durante a sua execução. “Fim de Curso” é interessante porque se afasta, mais uma vez, do que se poderia estar à espera, mas aproxima-se de um registo “pop” não superficial e muito agradável. Por fim, não há duas sem três. “Ruralidades” numa versão “folk” aparece-nos: ribalta para a gaita-de-foles e a percussão de um tema despido, mas sem dúvida o que mais me agradou nos 51 minutos deste disco. Apenas um defeito: Como é possível apenas durar dois minutos?

Comecei por querer têr este disco por motivos puramente afectivos; Passei a gostar dele; Depois vi que o compraria em qualquer ocasião. A “Agricultuna” está de parabéns e tem razões para isso.

[disco] Povo "We Are Povo"

Existem dois solstícios e dois equinócios por ano e mais ainda o dia em que nos confrontamos com o disco do ano. É de forma entusiasta que se assinala que a edição do Lp/Cd dos Povo, pela Raw Fusion records, dá vontade expressar gratidão. ‘We are povo’, é um disco de break nu-jazz encharcado de bom groove, swing e rítmicas blue breaken beats, na senda da reinvenção do acid-jazz e do groovin’club.

Era de esperar uma obra tão homogénea na qualidade pois os Povo, no lançamento de maxi singles e em colectâneas nos últimos anos, deixavam a antever que o producto final no formato de 14 faixas, seria de louvar. Fruto das sinergias entre o pianista Lars Vissing e Anders Peter Andreasen, DJ e curioso do jazz e ainda do bioma jazziztíco de Copenhagen, ‘We are Povo’ contém uma mão cheia de temas de formato canção que contam com belas vozes. No feminino caso de ‘Million ways’, ‘Eyes Closed’ e ‘Perfect day’ (belíssimos moods), no masculino e mais em jeito R&B, ‘Too right to be wrong’ e ‘Hot lips’. Os intrumentais são demasiado bons para serem comentados aqui: não haveria espaço para palavras tão elogiantes.

Além de coloborarem com outros sonantes deste estilo de música como os Koop, Kyoto Jazz Massive ou os finlandeses ‘The Five Corners Quintet‘, Povo conta de igual forma com a sugestão de Nicola Conte numa mistura do tema ‘You are’ no término do álbum.

É caso para dizer que algo vai podre de bom no reino da Dinamarca.


Trechos sonoros:
http://www.juno.co.uk/products/171445-01.htm

terça-feira, junho 07, 2005

[Concerto] K-OS

Odeio o Santiago Alquimista. Odeio os atrasos habituais, ontem só foram 45 minutos. Odeio a antipatia dos empregados, o tirarem os copos ainda uma pessoa não os acabou, odeio o tempo de espera para se pagar, o Multibanco dentro do escritório, odeio. Desculpem, tinha de tirar isto do sistema.
Ontem lá fui ver o concerto de K-OS (lê-se caos em inglês), na referida sala lisboeta. Canadiano de origem, mas com um som mais a dar para o país abaixo (nada de Cohen, Goodspeed ou Arcade Fire, claro está), vinha com boas referências da crítica especializada. Portanto hip-hop e sons mais negros à volta para aquecer uma noite que já de si bem quente era.
Acompanhado por uma banda de 5 elementos, mais a sua pessoa, começou a desfilar temas que por muito esforço que se fizesse não se percebiam nada. O som estava no mínimo péssimo, nem para concerto punk em garagem improvisada serviria… mas lá eles insistiram. Ao terceiro tema, começaram os impropérios a Bush e as mensagens de revolta perante a sociedade massificada contra a qual decerto ele se tenta libertar, mas honestamente, não há pachorra para essas coisas. No entanto, o público pareceu discordar veemente da minha pessoa, pois aderia à coisa que nem audiência nacional aos Malucos do Riso. A quantidade de bonés por centímetro quadrado já indicava que fosse o fosse que se passasse no palco, seria que nem Messias a prometer paraíso. De novo as minhas desculpas, mas as comparações forçadas são a única coisa que me dá alento, perante o péssimo concerto de K-OS. MC que lá na rua dele deve ser o maior, que decerto ontem teve uma noite menos boa e daqui a uns tempos me fará engolir estas linhas, mas…
É que houve até lugar para solos de guitarra que, não fosse a péssima qualidade do som, diria que estaríamos em concerto dos Poison, ou algo parecido. O guitarrista tinha um boné, claro está, que se não fosse assim decerto sairia de lá cabeleira permanentada à Europe…
É que houve diálogo entre percussões que nem festival de Verão. Juro que ouvi “Alvorada!” por essa altura…
Como vêem foi para esquecer.
Nem quero escrever mais nada, não tenha havido alguém incauto que tenha gostado e esteja a ler isto e a pensar “mas este tipo esteve lá?”
Em parte terá razão. Nem cheguei ao fim da coisa.

domingo, junho 05, 2005

[Info] Creamfields

De festivais está o Verão cheio, mas este merece aqui uma menção. Chama-se Creamfields e dentro da música electrónica mais dançável tem razões mais que suficientes para justificar a nossa atenção.
Pelo cartaz distinto, (dêem um salto no link abaixo que eles são tantos e tão bons que não saía daqui), pela proximidade ao Algarve (na vizinha Andalucia, em Almería) e porque em Agosto há férias compulsivas para muita gente, talvez para esses mesmos lados...
Depois do anunciado Hype@Tejo e se ainda houver pastilhas para gastar nestas coisas (ou para os restantes que gostam mesmo de música), um salto ao país vizinho pode ser muito apetecível.
Recomenda-se então um salto aqui para todas as informações necessárias.

E se por acaso alguém tiver bilhetes a mais é só enviar para a redacção.

sexta-feira, junho 03, 2005

[Concerto] Antony and the Jonhsons

Que uma voz possa encher uma sala, não me parece difícil. Não que seja habitual, mas não o é de todo raro. Agora que uma possa preencher o coração de quem a ouve, assim como se fosse natural e não houvesse como não o ser, isso já é bem mais complicado.
Ora de corações só do meu posso falar e assim vos deixo o que ele ouviu, quando ela (a voz) para ele cantou.
Existe uma serenidade na sua colocação, uma tranquilidade na sua vibração, paz no seu tom. Como há alegria de aurículo para aurículo, conforto de um ventrículo para o outro e felicidade que transborda da aorta e enche o resto de mim.
Não há arterial ou venoso, apenas sangue, como não há masculino ou feminino, apenas voz.
Que canta e me encanta. Que pode descrever as coisas mais distantes de mim e no entanto tornar iguais as coisas minhas que nunca serão dela. É que há ligações que até ontem não conhecia, entre certas sístoles e diástoles e outras entoações. Pontos comuns em que uma toca e outro deixa ser tocado, como se da primeira vez, como se tudo fosse então novo. Que outros os tenham tocado, outros como Reed, Nico, Cohen, não hajam dúvidas, mas não como agora, não como desta forma em tudo diferente, mesmo que não o seja, mesmo que sejam partes de tantas outras juntas numa só, mas em si única.
Mas mal sabia eu, que quando uma parasse também o outro o podia imitar. Sabia lá eu que as ligações seriam assim tão fortes... que quando a voz se calasse também o meu coração podia parar.
Saindo da cadeira e vendo-me na confusão daqueles corredores estreitos, entre tabaco como ar a respirar, ruído como tom de conversa, soube que teria de renascer de cada vez que me lembrasse das canções cantadas, dos comentários ditos, dos risos dados por ela. A voz.
A voz de Antony.

O que por lá se passou.

O que ouvimos antes.

Como o vimos antes.

 

 

 

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